O populista Vargas e as fraudes

A conturbada época em que Vargas assume o poder,e, pouco depois, instaura sua ditadura. O texto à seguir, é parte de um resumo do livro "Vargas, Poder e Informação" de Lorena Carazza, o trabalho foi para a disciplina "História do Jornalismo".

O texto conta a história sobre a chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930, seu polêmico Estado Novo e todo o percurso político até 1954, quando morre. No primeiro mandato, se mantém até 1945. Seu segundo mandato vai de 1951 a 1954.
Vargas constituiu um conjunto de políticas econômicas e sociais, que foram responsáveis pela mudança de estruturação urbana e rural do país, sobretudo nos aspectos de industrialização, urbanização e organização da sociedade.
O Brasil passou de uma característica agrário-exportadora para urbano-industrial. Quando Vargas chegou ao poder, o país tinha somente 25% dos 30 milhões de habitantes morando em área urbana, no final do século XX, porém, somente 20% moravam na zona rural.
Em 1929, iniciaram-se as movimentações para a sucessão do presidente Washingtom Luis, que havia começado em 1926, pelo pacto da oligarquia da República Café com Leite. O presidente indicado, pela política de mineiros e paulistas, para substituí-lo, era o mineiro Cristiano Machado. Ao contrário do previsto, Washingtom Luis rompeu com o acordo e indicou Júlio Prestes, outro paulista que continuaria com sua linha de governo. Diante disso, três estados tomaram frente da oposição à indicação: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba.
Getúlio Vargas era governador do Rio Grande do Sul e foi chamado para representar a aliança então formada. A Aliança Liberal, movimento que reuniu todos os opositores e deu apoio à candidatura de Vargas, conseguiu, também, apoio de dissidentes de São Paulo.
No dia 1º de março de 1930, as eleições presidenciais foram realizadas e Vargas fora derrotado numa competição fraudulenta em ambas as partes. Em 26 de julho, o governador da Paraíba e candidato à vice-presidência de Vargas, João Pessoa, é assassinado em Recife. A aliança então acusa o governo Federal do ato, e inicia-se o movimento revolucionário, chamado “A Revolução de 30”, com o apoio dos insatisfeitos com o regime da República Velha.
No dia 3 de outubro, sob a chefia de Vargas e do tenente coronel Góes Monteiro, um grupo de militares deu um ultimato ao presidente Washingtom Luis exigindo que ele renunciasse. Ele ignorou e por isso, no dia 24 de outubro os militares invadiram o Palácio Guanabara e tomaram o poder. A junta militar entrega o poder à Vargas que teria de lidar com grupos opositores entre si, mas, unidos pelo governo que começaria.
A primeira tarefa empreendida por ele, foi declarar inválida a Constituição de 1891. Fechou o Congresso Nacional, as assembléias estaduais e municipais e depôs os governadores de todos os estados, exceto de Minas. Criou dois novos ministérios, o da Educação e Saúde Pública e o do Trabalho, Indústria e Comercio para abrandar os conflitos entre os grupos de trabalhadores e patrões e acabar com o sentimento anarquista e socialista da classe operária, que desde o século XX formava no Brasil o anarco-sindicalismo. Ao mesmo tempo em que reconhecia os sindicatos como legais, impunha limitações à sua autonomia, e estes eram chamados "pelegos".
A partir de 1937, o país entrou num cenário de centralização do poder que durou até 1945. No dia 10 de novembro, Vargas, através de um golpe de Estado, instaurou a ditadura do Estado Novo.
A influência social de dois movimentos radicais: a Ação Integralista Brasileira (AIB) movimento de extrema direita, apoiadora de Vargas e seus planos ditatoriais. E a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento esquerdista que defendia a revolução socialista e que pretendia lutar contra o imperialismo e o fascismo serviram como motivo para Vargas instaurar a ditadura. Pouco antes, com a promulgação da Lei de Segurança Nacional, todas as manifestações contra a política e o social do país seriam severamente punidas, e em julho de 1935, depois dos integrantes da ANL lerem um manifesto que propunha a derrubada do governo, Vargas que lutava contra o comunismo, ordenou, com base na Lei de Segurança, o fechamento da ANL. Isso levou a Intentona Comunista, em novembro de 1935, sob a liderança do PCB e da ANL. Pretendiam protestar contra o governo autoritário e propor a instalação de um governo popular. Depois do levante a Constituição de 1934 deixou de vigorar, foi decretado estado de sítio, até que, em 1937, outra constituição foi feita.
Outro fato, foi a descoberta do Plano Cohen. Tratava-se de um documento divulgado pelo governo, que mostrava um suposto plano de tomada do poder pelos comunistas. Anos mais tarde o documento foi dado como falso.
Vargas, então, anuncia no dia 10 de novembro de 1937, através de uma emissora de rádio, que o país tinha uma nova Constituição e que o Congresso fora novamente fechado. Tornou-se então, o chefe absoluto do Estado.