Saia justa, normal para todo cara de pau, né. Ou seja, normal para todo jornalista. Interessante é que a gente vai aprendendo a lidar com essas situações e a sair bem. Fui entrevistar um chef importante da culinária nipônica e a primeiro momento gostaria de conversar com ele por e-mail mesmo. Então encaminhei as perguntas para a assessoria.
A assessoria, então, mandou as respostas e quando fui lê-las percebi que quem respondeu não foi ele e sim a própria assessoria. Então minha chefe ligou para eles e pediu que fosse uma entrevista particulamente com o chef.
Pegamos o telefone do homem e ao ligar para ele, pedi para que fosse por e-mail a entrevista, pois, as respostas seriam um pouco longas.
Foi então que ele disse que prefiria por telefone. Então tá, topei porque, afinal de contas, chef de cozinha trabalha muito e ele não era uma exceção.
Começei a entrevista. Fiz a primeira pergunta, que por sinal era para ele falar sobre a história de vida e sua resposta foi bem direta do tipo´"É eu sofri muito", e só.
Beleza, continuei com as outras perguntas e querido, a entrevista só foi de mau a pior.
Foi então que começei a colocar palavras em sua boca para ver se andava, mas, não houve melhoras. Conclusão, não sei porque, mas, tive a ligeira impressão de que, talvez, ele era analfabeto. Bem, mas isso não me diz respeito, e, por isso, como todo jornalista contador de histórias, entrou em cena a criação e o poder das palavras para formar uma linda história de superação e honra. Isso tudo sem que fosse inventada uma situação, somente com as poucas palavras do chef e um release contando um pouco de sua história, produzi o texto.
É nessas horas que eu valorizo mais ainda esse estágio.