Entrevista na rua



Entrevistar na rua é divertido, mas, também é um pouco difícil. Ou você pergunta algo fácil de obter uma resposta ou você primeiro puxa um papo com a pessoa que você interrompeu o percurso e que talvez esteja atrasada para o compromisso, seja ele qual for.

Certa vez tive uma pauta sobre Consumo de líquido durante as refeições e fui às ruas para saber das pessoas se elas ingeriam líquidos junto com a comida. Comecei com duas senhoras em uma praçinha. Ambas responderam que nunca consumiram líquido durante as refeições. Daí começaram as explicações.

A primeira senhora, a principio muito suspeita, alegou que dava barriga e que lia muito sobre o assunto. Já no final da conversa, mais à vontade, ela alegou que tinha problema de refluxo. Ainda me respondeu que consumia meia hora antes ou depois do alimento, um copo de suco natural.

A outra senhora, seca, disse: "Não minha filha, nunca bebi". Então eu perguntei: "Nem durante o lanche?" Ela intimidada pela abordagem disse que não porque desde criança foi educada assim. E foi embora.

Depois fui para uma lanchonete, comi alguma coisa, dei sorrisos para a garçonete, esperei ela atender algumas pessoas e na hora de pagar aproveitei a situação e disse: “Eu queria ainda te entrevistar pode?". A mulher então deu um grito para a outra e exclamou: "fulana, tô ficando chick bem!Vou dar até entrevista".

Então eu expliquei sobre o que se tratava a matéria e perguntei se ela ingeria líquido durante as refeições. A mulher, com uma cara de decepcionada olhou pra mim e disse: "Não bebo nada! Sinto que fico cheia rápido". Percebi que a estratégia não deu certo! Paguei e fui embora. Nesse caso, o problema é que ela não me conhecia, não conhecia o veículo para o qual trabalho e sabia que não seria filmada ou teria uma foto sua exposta!

Enfim, percebi que as pessoas já não dão muita moral para jornalistas principiantes, será que vão dar para quem não tem nem o status: Estudante de jornalismo? Ou mesmo Jornalista graduado? Como ficará a moral dos profissionais de veículos de comunicação?

Crédito foto: divulgação